Um estudo liderado por pesquisadores suecos revelou a ligação entre a perda de dentes e o aumento de doenças cardiovasculares. Para chegar a esta conclusão os pesquisadores analisaram mais de 15 mil pacientes de 39 países que já possuíam doença estável coronariana. A pesquisa durou mais de três anos.
Novas pesquisas surgem na área, mas não é novidade que a falta de uma saúde bucal adequada pode ocasionar uma doença do coração já bastante conhecida: a endocardite. Essa doença é uma infecção no coração, causada geralmente por uma bactéria que naturalmente vive na boca, mas que não causa problema nenhum. Esse microrganismo se torna perigoso quando entra na corrente sanguínea. Isso pode acontecer quando a pessoa tem algum problema na gengiva ou durante algum procedimento odontológico.
Cuidado e prevenção são sempre poderosas armas contra qualquer doença, porém, na maioria das vezes, essa a infecção acontece em pessoas que já apresentam algum tipo de problema nas válvulas do coração. “Essa doença pode acontecer também em pessoas saudáveis, porém é mais raro. É importante salientar que a endocardite também pode ser causada por outros fatores, como o compartilhamento de agulhas usadas para injetar alguma substância nas veias”, alerta o o cardiologista do Clinic Check-up do Hospital do Coração (Hcor) em São Paulo, Dr. César Jardim.
Segundo informações do Hcor em apenas 1 ml de saliva há aproximadamente 150 milhões de bactérias, que podem causar inflamações na gengiva ou no tecido que une os dentes ao osso, levando à mobilidade dental ou à perda do dente. Inflamados, os tecidos tornam-se irritáveis e podem sangrar durante a mastigação, escovação ou limpeza com fio dental. A partir desse sangramento, há a possibilidade destas bactérias adentrarem à corrente sanguínea chegando, assim, a outras partes do organismo.
Essa doença pode ser evitada cuidando da saúde bucal, mantendo exames de rotina e, para aquelas pessoas que já sabem que possuem alguma disfunção nas válvulas do coração, fazer tratamento preventivo com antibióticos antes e depois de realizar procedimentos odontológicos.
O diagnóstico rápido é muito importante, pois, caso a infecção se espalhe pelo órgão, o paciente pode morrer. Para o tratamento geralmente o paciente deve ficar internado por no mínimo 30 dias em ambiente hospitalar recebendo antibiótico por via venosa. A cirurgia é avaliada caso a caso, mas caso ocorra, é considerada de risco devido sua urgência, pois nesses casos a medicação não funcionou como esperado.