DTM, essa sigla se refere à disfunção temporomandibular, nome dado ao conjunto de sinais e sintomas que afeta a musculatura da mastigação e/ou a articulação temporomandibular (ATM) – aquela situada entre a mandíbula e o crânio, na região anterior à orelha.
Existem três tipos principais de DTM: a muscular, que ocorre quando a musculatura do sistema mastigatório sofre um excesso de tensão; a articular, que pode se dar tanto por uma sobrecarga da articulação quanto por traumas ou até doenças degenerativas, como osteoartrose e artrite reumatoide; e a mista, aquela que une os distúrbios musculares e articulares.
Não há uma causa definida para a DTM, mas os especialistas sabem que certos hábitos aumentam o risco de desenvolver a disfunção – como apertar os dentes durante o dia e a noite, apoiar a mão na mandíbula com frequência, roer as unhas e mascar chiclete. Traumas, predisposição genética e até depressão e estresse também podem fazer com que a DTM apareça.
Os estragos causados pela disfunção temporomandibular são muitos e, não raro, parecem não ter relação alguma com o problema na mandíbula. A dor de cabeça é um deles. “É que ela pode ser causada pela DTM. A característica é uma dor em aperto, nas temporas, na parte de trás da cebeça, no pescoço, no fundo do olho e que tende a melhorar quando a pessoa relaxa. Para complicar, a DTM também pode agravar a intensidade e a frequência de outros tipos de cefaleia, caso da enxaqueca tensional. Pacientes com essa desordem podem apresentar ainda dores no ouvido e na face; dificuldade para abrir e fechar a boca e também ouvir barulhos ao fazer esse movimento.
O diagnóstico:
O profissional responsável por identificar um quadro de DTM é o dentista. A principal forma de diagnosticar o problema é por meio de uma conversa com o paciente e exames clínicos, como palpação da musculatura e da articulação e detecção de ruídos. “Ressonância magnética e tomografia são usados, por exemplo, quando há dúvidas em relação ao exame físico”, explica o dentista Paulo César Rodrigues Conti, professor titular da Faculdade de Odontologia de Bauru da Universidade de São Paulo.
O tratamento
De acordo com os especialistas, não é possível falar em cura da DTM. Mas não se desespere, pois é possível controlar a encrenca. Entre as técnicas utilizadas estão:
Placas de mordida
Indicadas especialmente a pessoas que costumam ranger os dentes enquanto dormem.
Exercícios fonoaudiólogos
Eles visam treinar a “postura” da mandíbula e fazer o alongamento e o fortalecimento dos músculos.
Exercícios de fisioterapia
Por meio de técnicas como eletroterapia, ultrassom e laser, eles melhoram a cicatrização dos tecidos e a mobilidade.
Medicamentos
Apenas com prescrição, analgésicos e relaxantes musculares podem trazer alívio;
Acupuntura
Por aumentar a quantidade de endorfinas, a técnica ameniza a dor e reduz o estresse;
Cirurgias
São aplicadas em casos mais graves, quando não há resposta à terapia convencional.
Cuidados especiais
Quem tem dor crônica precisa evitar tudo que sobrecarregue a musculatura e a articulação mandibular. Por isso, procure não apertar os dentes durante o dia; tente não dormir de bruços, já que isso pode estirar os músculos da mandíbula e do pescoço; evite comer alimentos muitos duros; e mantenha a boa postura de cabeça, pescoço e costas, pois isso ajudará a relaxar os músculos do sistema mastigatório.